O Líder serve a cultura no café da manhã

É atribuído a Peter Drucker a famosa frase “A cultura come a estratégia no café da manhã!”

Mas qual o papel do Líder na cultura e na estratégia da organização?

Primeiro vamos alinhar que o líder é uma pessoa e assim sendo, como todas as outras exercem impacto ao negócio, empresas e resultados.  Muitas vezes o líder é citado como um chamado ao Herói e esquecemos que ele é parte de um sistema, de uma cultura.

Cultura organizacional tem várias definições, mas no fim do dia a melhor definição para cultura é o “jeitão” que fazemos as coisas na empresa.

 

A cultura possui 03 grandes níveis:

1) Artefatos, a parte visível, que percebemos na arquitetura, nas roupas, móveis, linguagens, tratamentos, ritos e hábitos.

2) Normas e valores: já um pouco mais fundo, são os processos, procedimentos, políticas, regras etc. que descrevem como as coisas devem ser feitas.

3) Crenças e pressupostos: aqui já na profundeza desta Iceberg, onde as raízes se originam na mentalidade, visão dos fundadores e da alta liderança.

Desta forma, o líder possui uma grande responsabilidade, algumas vezes sendo o criador, o idealizador desta cultura quando ele é o fundador, o empreendedor ou o principal líder de uma organização, pois imprimi através de suas crenças, valores, princípios e pressupostos na formação da empresa, seus processos, políticas e estratégias.

Outras vezes o líder é o embaixador desta cultura já existente, suportando a empresa a discriminar, promover e fortalecer estes traços da Cultura todos os dias em todas as operações e colaboradores.

Algumas empresas possuem uma cultura “hard”, extremamente focada em Resultados e Metas com grande diferencial nos aspectos de carreira e meritocracia forte em remuneração variável e clima competitivo, neste tipo de cultura é comum encontrarmos Líderes com comportamentos e valores orientados para a competição a meritocracia individual, buscam tomar decisões rápidas e se sentem confortáveis em assumir riscos em busca de melhores resultados a curto prazo. São fortemente orientados pelas metas, indicadores e desafios.

Outras empresas possuem uma cultura “soft”, focadas em relacionamento, sinergia, teamwork, com olhar para clima colaborativo. Nesta cultura o perfil do líder é focado nas relações entre as pessoas, no trabalho em equipe e sinergia. Promovem um ambiente de colaboração e meritocracia por equipe ou da empresa como um todo. Possuem mais aversão a riscos e buscam resultados de médio e longo prazo com lastro nas pessoas e como elas se identificam com os processos e valores e não somente com os resultados. Possuem uma visão mais sistêmica e interdependente do negócio.

Assim como empresas e suas lideranças, cada um de nós somos também hard ou soft e tudo bem! Não existe nenhum problema nisto.

Não existe cultura melhor ou pior, boa ou ruim, existe aquela que está alinhada com a sua cultura, assim da “match” entre seu jeito e o jeito da empresa pensar e agir, seus valores e estratégias. O problema é quando esta relação é conflitante…. pois podemos até nos adaptar, mas com o tempo esta relação nãos e sustenta.

Empresas onde existe divergências culturais com seus colaboradores, ou entre líderes e liderados é um campo fértil para relações tóxicas e desgastante para todos, pois geram forças em direção opostos que conflitam com valores de como se chegar aos resultados ou seguir a estratégia definida.

A cultura pode ser desenvolvida pela liderança através de algumas estratégias e iniciativas que visam liberar o potencial das pessoas, descritas no método HPO SCORES, são elas:

– Informação compartilhada e comunicação aberta

A comunicação é uma das principais competências para o líder na busca de melhor performance, engajamento e resultados. Através de uma comunicação assertiva o líder orienta, suporta e conduz o time para a estratégia de forma eficaz. Esta comunicação precisar estar clara e acessível a todos, é necessário envolver as pessoas nos processos de comunicação e manter os canais de comunicação sempre atualizado, transparente, simples e dinâmico em todas as direções;

– Visão cativante, propósito e valores

O líder é o responsável por identificar, alinhar e promover a sinergia de propósitos comuns entre empresas e colaboradores, através de valores comuns e compartilhados em todas as atividades, gerando engajamento, orgulho e senso de pertencimento.

– Aprendizagem contínua

Uma cultura forte é baseada no conhecimento e o líder é um dos responsáveis pelo processo de desenvolvimento de seus liderados. Em conjunto com outras áreas, como a de gestão de pessoas, identificar, promover a aprendizagem de forma contínua para todos.

– Foco em Resultados e no cliente

O líder em uma cultura vencedora tem foco no cliente e nos resultados, mas não somente nisto. Ele entende que através de pessoas, gerando processos eficazes os resultados acontecem de forma orgânica e de longo prazo. Ele sabe que o cliente é atendido pelo colaborador que reconhece e atua através de processos eficazes em busca da excelência.

Assim, O líder sabe que os resultados da empresa vêm dos clientes, que são atendidos por colaboradores capacitados e motivados para isto.

– Sistemas e estruturas que gerem engajamento

Em um mundo tecnológico o líder precisa além de pessoas, uma estrutura tecnológica para gerar uma cultura vencedora. Assim, ele investe, promove e implanta sistemas e processos a fim de agilizar as rotinas, liberando os colaboradores para atuarem em inovação, melhorias e focar em ações estratégicas. Ele encontra na tecnologia o meio para melhorar a performance do time e da organização. Sistemas simples que agreguem valor e liberem o potencial das pessoas e não como forma de controle e burocracia.

-Poder compartilhado e alto grau de envolvimento

Uma Cultura forte tem no líder um membro colaborativo, que promove o envolvimento como forma de engajamento em todos os sentidos, nas tomadas de decisão, nas estratégias, nas novas ideias e projetos, na solução dos problemas e desafios. Ele entende o poder da sinergia e o faz em todos os níveis, com seus colaboradores, pares e gestores.

Como mencionado no início, o Líder serve a cultura no café da manhã, pois não existe cultura e estratégia sem pessoas e o Líder em conjunto com seu time é que desenvolve a cultura onde a estratégia é executada.

Cristiano Santos é fundador e diretor da People Desenvolvimento Humano – PeopleDH