Você é um Líder Enviesado?

O termo parece novo mas esta presente desde o inicio da humanidade, porém tomando força cada dia mais pelas demandas de uma nova geração, nova era na relações e na Liderança.

Um dos itens presentes nas pautas de ESG ( Environmental, Social and Governance ) ou DEI ( Diversidade, Equidade e Inclusão), traz a tona nossos comportamentos inscientes sobre como lidamos com decisões sobre outras pessoas.

Vieses inconscientes na liderança são preconceitos ou preferências que afetam a tomada de decisão de um líder, sem que este perceba ou tenha intenção de agir de maneira discriminatória. Esses vieses podem ter consequências negativas para a organização e seus colaboradores, como a falta de diversidade e inclusão, baixa produtividade e moral, e perda de talentos.

Existem vários tipos de vieses inconscientes que podem influenciar a liderança. Um deles é o viés de confirmação, que leva o líder a buscar informações que confirmem suas crenças e ignorar aquelas que as desafiam. Isso pode levar a uma tomada de decisão limitada e pouco objetiva, com pouca consideração para outras perspectivas ou soluções alternativas. Impactando diretamente a capacidade de criatividade e inovação pois o senso de participação e engajamento é baixa no grupo.

Outro viés comum é o viés de afinidade, onde líderes tendem a favorecer pessoas com as quais se identificam ou que compartilham características semelhantes às suas próprias. Isso pode limitar a diversidade na equipe, prejudicar a promoção de oportunidades iguais, e criar um ambiente de trabalho homogêneo que desestimula ideias inovadoras e perspectivas diversas.

O viés de atribuição é um outro exemplo de vieses inconscientes na liderança, onde líderes atribuem mais valor ou habilidade a um indivíduo do que a outro, baseados em características que não são relevantes para a tarefa em questão. Por exemplo, um líder pode supor que um colaborador com um diploma de uma universidade mais prestigiosa é mais capaz ou tem mais talento do que outro com formação em uma universidade menos renomada.

Podemos encontrar outros vieses além dos citados acima nas organizações, como por exemplo:

  • Viés de gênero: Quando líderes tendem a favorecer ou promover colaboradores do mesmo gênero, baseados em estereótipos de gênero que podem não estar relacionados às habilidades ou experiências profissionais.
  • Viés de idade: Quando líderes tendem a favorecer ou promover colaboradores mais jovens ou mais velhos, baseados em estereótipos de idade que podem não estar relacionados às habilidades ou experiências profissionais.
  • Viés de aparência física: Quando líderes tendem a favorecer colaboradores que têm uma aparência física semelhante à sua própria ou que se encaixam em padrões de beleza socialmente aceitos.
  • Viés de status social: Quando líderes tendem a favorecer ou promover colaboradores com um status social mais alto ou uma rede de contatos mais influente, baseados em estereótipos de classe social que podem não estar relacionados às habilidades ou experiências profissionais.
  • Viés de afinidade de grupo: Quando líderes tendem a favorecer ou promover colaboradores que fazem parte do mesmo grupo ou equipe, baseados em um senso de lealdade ou camaradagem em detrimento de outras habilidades ou experiências.
  • Viés de língua e sotaque: Quando líderes tendem a favorecer ou promover colaboradores que falam a mesma língua ou têm um sotaque semelhante ao seu, em detrimento de outras habilidades ou experiências.
  • Viés de confiança excessiva: Quando líderes tendem a favorecer ou promover colaboradores que demonstram excesso de confiança, em detrimento de outras habilidades ou experiências relevantes para a posição.

Todos esses vieses inconscientes podem prejudicar a diversidade, inclusão e equidade na organização, além de limitar a capacidade de tomar decisões objetivas e justas. É importante que líderes estejam cientes desses vieses e trabalhem para superá-los, promovendo uma cultura de diversidade, inclusão e equidade na organização.

Esses vieses têm o potencial de prejudicar a organização e seus colaboradores, ao limitar a diversidade, inclusão e inovação, e dificultar a tomada de decisões objetivas e justas. Para superar esses vieses, líderes precisam estar cientes de suas próprias tendências e aprender a reconhecê-los em si mesmos e em outros membros da equipe.

Um primeiro passo para superar vieses inconscientes na liderança é o treinamento em conscientização e diversidade. Isso pode ajudar os líderes a se tornarem mais conscientes de seus preconceitos e a aprender a reconhecer as perspectivas e opiniões diversas de outros membros da equipe. Além disso, é importante estabelecer políticas e práticas que promovam a diversidade e a inclusão na organização, como estabelecer metas de diversidade, garantir que os processos de recrutamento e promoção sejam justos e equitativos e fornecer feedback regular aos colaboradores.

Cristiano Santos é fundador da People Desenvolvimento Humano e especialista em desenvolvimento de liderança e produtividade.