Resiliência e Antifragilidade na Liderança

“Aquilo que não nos mata, nos fortalece”

É fato, você querendo ou não, eu preciso lhe dizer, As Mudanças são inevitáveis!

Então, aceita que dói menos!

Você já parou para pensar o porquê as pessoas são tão resistentes e sofrem com as mudanças?

Estamos desde a idade da pedra mudando e não nos acostumamos ainda. Será que precisaremos de mais uns milhares ou milhões de anos para mudar nossa mentalidade?

Talvez a neurociência explique dizendo que nosso cérebro ainda opera na maior do tempo como nas nossas origens de Homo Sapiens através do cérebro reptiliano.

Bom, mas também evoluímos e esta é a boa notícia, não é mesmo? Então, como podemos usar alguns conceitos da inteligência emocional como recurso valioso neste processo de constante mudança, que a cada dia fica mais acelerado neste mundo cada vez mais complexo e instável.

Segue algumas dicas para que você aproveite o processo e se desenvolva.

Coragem: muitas pessoas têm medo, este talvez seja com certeza um dos grandes motivos para resistirmos a mudança. Pois não sabendo como será o “novo” e desafiar nossa zona de conforto gera medo.

A única forma de diminuir o medo é desenvolver o conhecimento e tendo o melhor planejamento possível. Assim, você controla parte da mudança e diminui o estresse que envolve este processo. Como disse Mandela “A coragem não é falta de medo e sim, agir mesmo com medo”.

E como diz a frase, se der medo, vai com medo mesmo!

Resiliência: você com certeza admira alguém, seja uma pessoa pública, religiosa, artista, um familiar um amigo etc. Agora eu lhe pergunto, você admira esta pessoa pela vida fácil e boa que ela teve? Com certeza não! Admiramos os exemplos de esforço, disciplina, valores e princípios, pelo talento e dedicação. Isto se chama Resiliência! E sob pressão não perder sua essência e seguir em frente.

Autoconhecimento e autocontrole: estes são alguns pilares da inteligência emocional. Para mudar sem sofrer é importante que você se conheça, identifique os sinais, ancoras e gatilhos que te movem ou te paralisam.

Assim você terá a segunda parte que é o autocontrole, onde poderá agir para usar a mudança como oportunidade e aprendizado.

Não existe fracasso, só aprendizado: se encararmos a mudança como oportunidade e mesmo se houver “fracassos”, e eles forem absorvidos como aprendizado, criamos uma narrativa em nós mesmo de potencialidade e não de paralisia e reatividade.

Modelagem: este é um conceito da PNL (Programação neurolinguística) que propõe a perspectiva de que se alguém conseguiu algo, você também pode. Usando as mesmas estratégias desta pessoa. Porém isto envolve disciplina, paciência e dedicação. Assim, mudar baseado em pessoas que nos inspiram podem ser um grande aliado no processo.

Stress: muitas vezes escuto das pessoas que alguém ou algo as estressa e quando comento que elas estão erradas e que na verdade são elas que se estressam com as pessoas e fatos, elas ficam paradas me observando.

Afinal, estes mesmos fatos e pessoas não estressam outras pessoas, então elas não são a causa.

Não são as coisas, pessoas ou situações que nos estressam. Não é mudança que nos estressa. Somos nós mesmos que nos estressamos pela falta de controle sobre estas coisas e pela narrativa que criamos sobre estes fatos para nós mesmos.

Outro fator importante sobre o stress é que só nos importamos com coisas e pessoas e quem tem algum significado, algum valor para nós. Nesta hora as pessoas ficam ainda mais curiosas. Pensa comigo, se a pessoa ou fato não tem importância para você, se é irrelevante, por que você está estressado? De alguma forma queremos atender uma necessidade interna de provar que podemos ser melhores que com relação a estes estímulos.

O stress é sempre fonte de algo que não temos poder ou controle, o segredo para uma vida com menos estresse é ampliar suas competências sobre planejamento, tomada de decisão, organização e relacionamentos.

Por último, procure ter uma visão positiva sobre o stress. Vários estudos avaliando pessoas com diferentes perspectivas sobre o stress, demonstraram que pessoas que veem o stress como oportunidade de aprendizado, desafio e superação, alcançam muito mais sucesso e realização do que pessoas que se colocam sendo vítimas em situações estressantes.

Tenho certeza que as pessoas que você admira tiveram uma história de superação. Admiramos as pessoas pela sua capacidade de superar adversidades, lidar com desafios e stress. Todas as personalidades admiradas na história da humanidade tiveram momentos de resiliência e antifragilidade, podemos citar várias, entre elas Jesus, Madre Tereza, Gandhi, Lincoln, Martin Luther king etc. Assim como pessoas como seus pais ou amigos.

Não admiramos pessoas que tiveram uma vida fácil, sentimos uma ponta de inveja, mas não admiração.

São nos momentos de stress que nossas habilidades, competências e todo potencial é desenvolvido, crescemos e superamos.

Busque na mudança obter o maior controle possível dentro de seu círculo de influência e ação.

Assim, você terá menos stress, pois se sentirá no controle da mudança e não vítima dela.

Use a energia do stress como combustível para vencer, mudar e superar.

Pensamento Positivo: ele sozinho não adianta nada, mas seguido de ação faz muita diferença.

Pois tudo começa no pensamento, que molda nossos sentimentos, hormônios, ações, hábitos, personalidade e destino. Pensar positivo ou negativo dá o mesmo trabalho, as consequências são bem diferentes.

Assim, como disse Aristóteles “A Felicidade é dos Ativos”. Então aja antes, durante e depois da mudança.

Não se faça de vítima. As pessoas e o tempo não gostam de pessoas assim.

Observe na natureza que toda espécie que foi flexível e se adaptou as mudanças sobreviveu. As que resistiram as mudanças estão nos livros e na internet e não mais entre nós.

Antifragilidade: é um conceito introduzido pelo autor Nassim Nicholas Taleb em seu livro “Antifrágil: Coisas Que Se Beneficiam com o Caos”.

A resiliência e a antifragilidade são duas características relacionadas à capacidade de adaptação de um sistema diante de situações adversas, mas elas apresentam diferenças significativas em relação à forma como lidam com essas situações.

A resiliência é a capacidade de um sistema de se recuperar após um evento estressante ou uma perturbação, voltando ao seu estado original.

Por outro lado, a antifragilidade é a capacidade de um sistema de se fortalecer com o estresse e a perturbação, em vez de apenas resistir a eles. É como se o sistema fosse capaz de aprender com os eventos estressantes e se adaptar a eles, tornando-se mais forte e resiliente ao longo do tempo. Por exemplo, uma empresa que não apenas se recupera de uma crise financeira, mas também aprende com ela e se adapta para se tornar mais competitiva e inovadora.

Portanto, podemos dizer que a resiliência é uma condição necessária, mas não suficiente para a antifragilidade. Um sistema resiliente pode ser capaz de se recuperar de uma perturbação, mas não necessariamente se tornar mais forte ou adaptável por causa dela. Por outro lado, um sistema antifrágil não apenas se recupera, mas também se beneficia da perturbação, tornando-se mais forte e resistente a futuras adversidades.

Assim, a resiliência pode ser vista como uma base para a antifragilidade, pois é importante ser capaz de absorver o estresse e se recuperar antes de se tornar mais forte e adaptável. No entanto, a antifragilidade envolve um nível mais elevado de adaptação e aprendizado, que vai além da simples recuperação.

Algumas estratégias que podem ajudar incluem:

  • Exposição a situações estressantes: quando expostos a situações estressantes, é possível desenvolver habilidades de adaptação e aprendizado.
  • Variedade e diversificação: ao ampliar a variedade de experiências e conhecimentos, é possível se tornar mais flexível e adaptável.
  • Experimentação e aprendizado constante: experimentar novas ideias e aprender com os erros pode ajudar a construir resiliência e capacidade de adaptação.
  • Autoconhecimento: entender seus pontos fortes e fracos e ser honesto consigo mesmo, pode ajudá-lo a se preparar melhor para situações estressantes e incertas.
  • Abraçar o desconhecido: aceitar a incerteza como parte da vida e se preparar para lidar com o desconhecido pode ajudar a construir resiliência e antifragilidade.

Cristiano Santos é diretor da People Desenvolvimento Humano, especialista em liderança e produtividade e autor do livro LEADER SKILLS, competências estratégicas para liderança e produtividade.